A Câmara de Vereadores de Esteio aprovou moção de parabenização ao professor Felipe Boff, que proferiu, no dia 7 de março, um discurso como paraninfo em defesa da profissão de jornalista e teve que sair escoltado da cerimônia. A moção foi proposta pelo vereador Leo Dahmer(PT) e subscrita pelo vereador Luz Duarte(PT) e contou com voto favorável dos vereadores Márcio Alemão(PT), Euclides Castro(PP) e Sandro Severo (PSB). Os vereadores Felipe Costella (MDB), Fernanda Fernandes (PP), Rute Viegas (MDB) e Marcelo Kohlrausch (PSB) se posicionaram contrários à moção.
A manifestação legislativa aprovada destaca a adesão das entidades representativas do jornalismo profissional, tal Federação Nacional dos Jornalistas (Fejaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, além da coordenação do curso de jornalismo da Unisinos, que repudiaram toda e qualquer forma de ataque à liberdade de imprensa. A coordenação do curso qualificou o discurso do paraninfo professor Felipe Boff como corajoso e necessário. No entanto, o tema da coerção, do desrespeito e do ataque à liberdade de imprensa não é unanimidade na Câmara de Esteio, que apresentou votação dividida, com duas perspectivas políticas distintas. Uma delas presente no contexto da moção de parabenização, sustentada pelo proponente e mantida pelos que votaram favorável ao documento e o contraponto, que foi defendido pelo vereador Marcelo Kohlrausch, ao final da sessão ordinária no espaço das explicações pessoais, que procurou justificar o posicionamento de quem votou contra o documento.
Debate e plenário dividido
No final da sessão ordinária, no espaço das explicações pessoais, o vereador leu Dahmer manifestou estar perplexo diante da posição de seus colegas vereadores que se posicionaram contrários à moção de parabenização do Professor Felipe Boff. “Cercear o trabalho da imprensa é algo que se repudia e remonta práticas da época da ditadura militar”, disse Leo. O parlamentar lamentou que quatro vereadores demonstraram incapacidade de se solidarizar com o professor em torno de uma ideia muito básica da democracia, que é a liberdade de imprensa e o exercício da profissão de jornalista. “O professor fez uma crítica à postura do Presidente da República pelo sistemático ataque aos jornalistas e defendeu, em uma formatura de jornalistas, a prática da profissão lembrando de jornalistas mortos na época da ditadura, uma posição pertinente aos tempos que vivemos atualmente no Brasil”, explica Leo.
O vereador Marcelo Kohlrausch, que se manifestou contrário à moção de parabenização ao Professor Felipe Boff, defendeu que o discurso do professor foi demagogo e que relata uma situação que não existe, tendo em vista que não há ataque à liberdade ou ataques à imprensa, que não há fascismo ou discurso de ódio no Brasil. “Isso é balela, conversa fiada”, justifica o parlamentar.
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