Arquivo da categoria: A luta no movimento social

Tua indiferença atrapalha meu País

 

Ninguém faz greve porque gosta de trancar rua e ser xingado. Faz greve porque tem algo a dizer e não tem outra forma de ser ouvido.

Tem um ataque brutal aos direitos dos trabalhadores acontecendo e existe um bloqueio da mídia que não deixa nada aparecer.

Será pouca coisa a mudança das regras para a aposentadoria, fazendo com que todos se aposentem mais tarde recebendo menos? Fazerem com que tudo que está previsto na CLT, como férias, 13º salário, horário de almoço, jornada de trabalho possam ser renegociados com o patrão? Que mulheres grávidas possam trabalhar em ambiente insalubre? Que as empresas possam demitir funcionários e recontratá-los de forma terceirizada ganhando menos?

Quem foi pra rua não é “vagabundo”. Foram para as ruas a vanguarda consciente desse País. Aqui em Esteio presenciei várias categorias como professores, petroleiros, petroquímicos, motoristas de caminhão, metalúrgicos, funcionários públicos da Corsan e do Banrisul, estudantes, funcionários do comércio, aposentados e trabalhadores em geral.

Houve muita adesão das pessoas por onde passávamos em apoio às razões da greve. Diferente do que vimos na TV, foram poucos os casos de intolerância que encontramos. Em Esteio, presenciamos um atropelamento e a indiferença de grande parta da classe política, que não se posicionou na defesa dos trabalhadores. Mas como diz a música: Apesar de você amanhã há de ser outro dia……

Indiferença

Dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador

Neste dia primeiro de maio, Dia do Trabalhador, marcamos a data atendendo um chamado da CUT, para um chimarrão no Parque da Redenção, em Porto Alegre. A passagem deste dia marca a luta dos trabalhadores, que atualmente passam por um dos momentos mais tristes da história do Brasil. Tristes pela regressão histórica imposta com a terceirização irrestrita, já aprovada pela Câmara dos Deputados que coloca os direitos do trabalhador na década de 40, ao por fim na CLT criada em 43. Também pela reforma trabalhista e pela reforma da previdência. Ações que resultaram de um golpe na democracia brasileira, já que nenhum candidato se elegeria com essa plataforma política que é um crime contra o futuro dos brasileiros. No entanto, encontramos lideranças e personalidades políticas que nos animam e nos enchem de esperança e vontade de lutar. Porque nossa luta vale a pena.

Dia 01 de Maio, Dia do Trabalhador

O movimento da Greve Geral em Esteio

 

Na sexta-feira (28), de abril, esteienses saíram às ruas em protesto à Reforma Trabalhista, à Reforma da Previdência, à Terceirização Irrestrita já aprovada na Câmara dos Deputados e contra a proposta de dissídio apresentada pelo governo municipal. Professores, estudantes, metalúrgicos, petroleiros, petroquímicos, integrantes do Sindiágua, Sindipetro, Sindilíquida, Sisme, moradores da cidade, lideranças comunitárias todos lado a lado realizaram um protesto, que em determinados momentos ultrapassou 300 pessoas, que paralisaram a Região Metropolitana. As atividades de protesto em Esteio impediram que trabalhadores, muitos sem alternativas ou qualquer segurança que lhes garantissem a participação na greve geral chegassem ao trabalho. Tal posição foi manifesta por muitos terceirizados que temiam a perda do emprego, mas que aderiram ao movimento diante da paralização das rodovias.
A agenda construída no Comitê Municipal em Defesa da Previdência Social e Pública, organizado por representantes das entidades em Esteio, foi cumprida de acordo com o cronograma anunciado na cidade, garantindo um movimento pacífico, com lideranças que souberam lidar com as situações tensas que surgiram no decorrer da manifestação. As sete horas da manhã, representantes de todos os movimentos se concentraram em frente a Refinaria Alberto Pasqualini e seguiram em marcha pela BR116, até a Padre Felipe, esquina com a Presidente Vargas, em Frente ao Banco do Brasil. Nesse momento se registrou a maior adesão de pessoas que não integram sindicatos, nem partidos políticos, mas atenderam aos chamados feitos pelo Comitê para a Greve Geral de Esteio. No final da manhã, os manifestantes percorreram a Avenida Presidente Vargas, na região central, com carro de som e megafones explicando às pessoas no centro da cidade os motivos da greve.

 

Servidores Municipais realizam assembleia geral e tratam sobre dissídio

Categoria dos municipários de Esteio adere a greve geral do dia 28 de abril

O vereador Leo Dahmer (PT) participou da Assembleia Geral dos Servidores Municipais de Esteio, realizada nesta segunda-feira (24), no Plenário da Câmara Municipal.  A Assembleia Geral foi coordenada pela comissão de funcionários que reuniu com o prefeito para tratar do dissídio. Os servidores definiram manter o dissídio nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é de R$ 10,5% e não alterar a forma de pagamento do vale alimentação, conforme proposta apresentada pelo governo. Os trabalhadores querem R$20,00 para as categorias que recebem vale-alimentação e R$200 para as categorias que recebem cesta básica. Os servidores municipais também encaminharam a participação na Greve Geral do dia 28 de abril, contra a reforma trabalhista e a reforma da previdência.

O tema do vale alimentação gerou certa apreensão entre os servidores, em virtude da proposta apresentada pelo Poder Executivo de unificar os benefícios e transforma-los em pecúnia dividindo as categorias em duas modalidades, tomando como referência a carga horária. No entanto, categorias com carga horária intermediária ficaram apreensivas com a proposta, que foi submetida ao plenário e perdeu com ampla maioria defendendo a manutenção do modelo de benefício como está. A proposta apresentada pelo governo gerou dúvidas entre os participantes, que foram apresentadas na terça-feira (25), na sessão da Câmara de Vereadores a partir de um pedido de informação do vereador Leo Dahmer. No pedido o parlamentar indaga sobre as vantagens do município em efetivar a proposta de pagamento do vale-alimentação em pecúnia. Na justificativa, o vereador questiona a perda de receita do município gerada pela empresa que administra os cartões e o risco da perda do benefício, caso o Tribunal de Contas venha a considerar a incorporação ao salário, podendo comprometer os índices da Lei de Responsabilidade Fiscal do Município.

Dia 28 de abril vamos parar o Brasil

Neste sábado (22), tiramos o dia para lembrar a todos sobre a paralisação no dia 28 de abril. Nossas bancas espalhadas pela cidade tiveram esse objetivo, de levar a informação diretamente aos trabalhadores. Um agradecimento especial às pessoas que integram o Comitê de Defesa da Previdência, que reúne sindicatos, ativistas, organizações da sociedade civil que estão mobilizados na luta contra a reforma da previdência, da trabalhista e da terceirização. Um agradecimento especial ao Grupo de Teatro e Ativismo Cultural Gaya, que fizeram uma intervenção teatral nas ruas da cidade chamando as pessoas para a paralisação do dia 28.

Lideranças de movimentos  sindicais e populares se organizam para a paralisação do dia 28 de abril

A Coordenação do Comitê Popular da Luta pela Previdência Social se reuniu na noite desta quarta-feira (19), na Câmara de Vereadores de Esteio para tratar da agenda de mobilização para o dia 28 de abril. Os representantes dos sindicatos reforçaram as bandeiras de luta contra as reformas da previdência, trabalhista e a precarização das relações de trabalho presentes no projeto de lei da terceirização.  O vereador Leo Dahmer (PT), que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Previdência coordenou os trabalhos.

Educação, cultura e movimento Hip Hop

Na tarde desta segunda-feira (17), o vereador Leo Dahmer (PT) foi recebido pelo secretário de educação de Sapucaia do Sul, Luciano Rodrigues para falar sobre cultura Hip Hop e educação. O músico ativista do Hip Hop, Rafa Rafuagi, da Casa da Cultura Hip Hop de Esteio, apresentou a experiência gestada em nossa cidade que se tornou referência internacional na cultura Hip Hop.

Moção de apoio às escolas é aprovada por unanimidade

A Câmara de Vereadores de Esteio aprovou por unanimidade, na sessão desta terça-feira (11), uma moção de apoio elogiando a direção e os professores das escolas estaduais José Loureiro da Silva, Caetano Gonçalves da Silva e Bernardo Vieira de Melo pela participação na Audiência Pública da Redução da Previdência Social, realizada no dia 30 de março. A atividade, que lotou o Plenário Luiz Alécio Frainer, foi promovida pela Câmara de Vereadores por meio da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social e mobilizada pelo Comitê Popular de Defesa da Previdência Social.

O vereador Leo Dahmer (PT), proponente da moção, destacou no documento o Plano Político Pedagógico, que estabelece as relações de contato entre os alunos e o mundo em que ele está inserido. “A sociedade brasileira, embora esteja vivendo em um período de estado de exceção que rompeu por meio de um golpe o processo democrático, deve presar pelo restabelecimento da democracia”, afirma Leo.

A moção demonstra a compreensão de que a escola não deve ser uma ilha e, tão pouco, um espaço de simples treinamento ao mercado de trabalho. “Em uma sociedade democrática e antiautoritária deve-se presar por uma escola que forme cidadãos capazes de compreender os mecanismos políticos que regem a sociedade em que os estudantes vivem. Tais conhecimentos são fundamentais para que os sujeitos sociais em questão possam se posicionar em defesa de seus direitos”, defende o documento.

O parlamentar salientou que a Audiência Pública da Redução da Previdência Social tratou de um tema que atinge diretamente os jovens estudantes, pois a implementação da proposta irá afetar suas vidas ao estabelecer a regra de que todos devem trabalhar 49 anos interruptos, ou seja, sem qualquer intervalo para conquistarem o direito a aposentadoria, entre outros prejuízos presentes na matéria e expostos na Audiência Pública pelo palestrante Paulo Correa Rodrigues, representante dos técnicos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil – Anfip.

Saiba mais:

http://bit.ly/2ptBBUz

Esteio protagoniza o maior movimento em defesa da Previdência Social do Rio Grande do Sul

Atividade finalizou chamando para mobilizações desta sexta-feira (31) e greve geral dia 28 de abril

A noite desta quinta-feira (30), quatro deputados federais, um deputado estadual e dezenas de entidades sindicais, juventude e sociedade civil se manifestaram contra a reforma da previdência e trabalhista no Plenário da Câmara de Vereadores de Esteio. Mais de 400 pessoas participaram da atividade e sua grande maioria assinou uma moção de repúdio à PEC 287. A Audiência foi promovida pela Frente Parlamentar e Comitê Popular em Defesa da Previdência Social e Pública organizados em Esteio. Segundo o Presidente da Frente, vereador Leo Dahmer (PT), os objetivos da Audiência Pública, de levar o tema ao debate da comunidade esteienes, foram cumpridos. No entanto, o parlamentar reforça a necessidade de manter a mobilização em todas as cidades para resistir e desarticular as medidas engendradas pelo governo ilegítimo contra os trabalhadores. A Frente Parlamentar também é composta pelos vereadores petistas Márcio Alemão e Luiz Duarte.
A Audiência Pública iniciou com uma apresentação técnica feita pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), que denunciou uma farsa na propaganda do governo ao afirmar déficit na previdência. O representante da ANFIP, Paulo Corrêa Rodrigues apresentou planilhas técnicas que comprovam a tese que subsidiou a justiça impedindo o Governo Federal de manter a propaganda mentirosa, com medidas que favorecem os setores do mercado financeiro, em detrimento da fatia mais vulnerável economicamente do nosso tecido social. Além do malabarismo para enganar a sociedade brasileira, Paulo trouxe a informação dos volumes bilionários que foram desviados da previdência para grandes obras, tais como a Transamasônica, entre outras. Recursos que foram bancados pela previdência e que não retornaram para o fundo. O técnico representante da Anfip também falou sobre o fluxo atual de recursos da previdência, que se não for desviado é superavitário. Os desvios que passaram para 30% na Desvinculação de Recursos da União (DRU), somados com a conivência da dívida de grandes devedores, entre eles Bradesco e Itaú, que não estão sendo acionados acaba causando a distorção nos cálculos apresentados pelo Governo.

Após a apresentação, os deputados federais petistas Dionilso Marcon, Elvino Bohn Gass e Maria do Rosário fizeram uma defesa da Previdência Social e Pública, juntamente com o deputado federal Pompeu de Matos do PDT. A atividade também contou com a participação do deputado estadual Nelsinho Metalúrgico, lideranças sindicais e de partidos políticos. Todos tiveram oportunidade de manifestação que serão sistematizadas pela Frente Parlamentar e disponibilizadas nos espaços institucionais de comunicação da Câmara de Vereadores de Esteio.
As comunidades das escolas estaduais Bernardo Vieira de Melo, Caetando Gonçalves da Silva e José Loureiro da Silva e a escola municipal Osvaldo Aranha participaram ativamente. A Audiência Pública contou com a participação de representantes da CUT, Sindipolo, Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Sindiagua, 27º núcleo do CEPERGS, PC do B, PSOL, DCE Ulbra, Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, Movimento Esteiuo da Esquerda e outras entidades que atenderam o chamado de mobilização e se integrarão ao Comitê Popular em Defesa da Previdência Social organizado em Esteio.

Os encaminhamentos, tais como a moção de repúdio à PEC 287, devem ser formalizadas na próxima sessão da Câmara de Vereadores pela Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, prevista para a próxima terça-feira (04). No encerramento da atividade o vereador Leo Dahmer informou que o movimento em defesa da previdência deve tomar um rumo maior, em virtude da amplitude do ataque aos direitos dos trabalhadores e ao Estado Brasileiro. “Devemos formar uma frente parlamentar para defender os serviços públicos, que estão sofrendo um brutal ataque das políticas de estado mínimo, que afetam o povo brasileiro ao defender interesses econômicos internacionais. Informou também que, nesta sexta-feira(31), todos estão convidados a participar das mobilizações que preparam para a grande greve geral marcada para o dia 28 de abril”, finalizou Leo.

Leo participa de debate sobre a redução da previdência em Canoas

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, vereador Leo Dahmer (PT), de Esteio, participou do debate sobre a Reforma da Previdência realizado em Canoas, na noite desta quinta-feira (23). A atividade foi realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e contou com a participação de lideranças sindicais, estudantes e lideranças comunitárias. Esteio irá realizar uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores (rua 24 de agosto, 535 – Centro)  sobre a Reforma da Previdência, na quinta-feira (30), às 19horas, no Plenário Luiz Alécio Frainer.

A jornalista Rita Garrido produziu um relato das principais intervenções e uma síntese dos conteúdos tratados na noite.

 

Com o consenso de que a mídia e o governo utilizam de um “discurso sedutor” para convencer a classe trabalhadora sobre as reformas da Previdência e Trabalhista, representantes da OAB, da Amatra e do Dieese abordaram pontos específicos dos projetos em um debate público.

Convocado pelo Comitê Sindical Popular da cidade, o encontro contou com a presença de cerca de 200 pessoas e teve como objetivo esclarecer as reformas perversas propostas pelo governo Temer, como também analisar o discurso e os argumentos utilizados para o convencimento da população.

Lucia Garcia, economista do Dieese, abriu o encontro com uma apresentação técnica e direta sobre os principais pontos da Reforma da Previdência, como a equiparação da idade mínima para homens e mulheres, o aumento do tempo de contribuição, a desvinculação de alguns benefícios com o salário mínimo e as alterações drásticas em benefícios como pensões por morte e acidentes ou doenças no ambiente de trabalho .

 

Para ela, trata-se de uma reforma “ampla, profunda e prejudicial”, pois atinge todos os pilares da seguridade social. Como consequência principal, caso ocorra aprovação, a economista vê “o imenso aumento da pobreza no país”.

No contexto histórico, o Dr. Alexandre Triches, advogado representando a Ordem dos Advogados do Brasil (AOB), fez uma relação com a crise dos anos de 1980, que afetou grande parte dos países latinos na década seguinte. “Muitos países ficaram endividados, e logo surgiu o discurso de reformar as previdências”, lembra. “Mas por que as previdências? Porque é ali que entra muito dinheiro todo mês, e o volume de contribuições é grande”.

 

Triches reforçou que o orçamento da previdência é composto por muitos outros repasses, além da contribuição do trabalhador e das empresas. “Simplificar o orçamento à contribuição do trabalhador e da empresa é uma estratégia pra dizer que tem déficit, é um absurdo, uma omissão”.

De olho no volume financeiro, que torna a previdência superavitária, o governo investe pesado em propagandas que alertam para um suposto déficit nas contas, e alega que futuramente pode não haver dinheiro para pagar benefícios. Porém, em 2016, reajustou para 30% a Desvinculação das Contas da União (DRU), ou seja, se permitiu utilizar um valor maior do total das contribuições em outras áreas que não o pagamento de benefícios. “O discurso que o governo vende é sedutor, mas visa apenas o lucro”, afirmou o juiz e presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do trabalho da IV Região, Dr. Rodrigo Trindade.

Trindade, que parabenizou o Comitê pela iniciativa de trazer o debate e fazer um contraponto ao assunto, esclareceu que ambas as reformas foram propostas por um governo não eleito, mas sim, “posto lá para unicamente executar um projeto político de destruição da classe trabalhadora”.

“No momento da maior crise nacional dos últimos anos, não se fala em redução de lucros, fim de exonerações aos empresários, taxação de grandes fortunas ou cobrança do déficit das empresas junto à Previdência, pelo não repasse das contribuições”, criticou o juiz. “O que devemos questionar é se este é realmente o momento de reduzir salários e benefícios”.

Terceirização e a mídia de acordo com o discurso golpista

Não apenas as propagandas do governo se encarregam de convencer a população da necessidade das reformas. Os grandes conglomerados de imprensa, jornais, telejornais e rádios, que garantiram legitimidade ao longo dos anos junto à população, também trabalham contra a classe trabalhadora, porém de forma mascarada.

“O jornalismo comprou e dissemina o discurso da modernização das leis trabalhistas, alegando que a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) é velha”, afirma Trindade. Porém, o juiz lembrou que da CLT criada em 1943 contendo 510 artigos, apenas 75 permanecem iguais. Ou seja, apenas 15% da CLT atual ainda é igual à criada em 43.

O sentimento geral que o jornalismo passa diariamente à população é de que o direito dos trabalhadores é uma pedra no sapato para a economia do país. Contudo, dados importantes são ignorados, como o valor pago pelas horas de trabalho. Países europeus, muito citados como exemplos de modernização na produção, pagam em média R$ 20,00/h, ou mais. Na América Latina, o Chile paga R$ 6,00/h, enquanto o Brasil paga, em média, R$ 4,00/h.

“O grau de importância que se dá a um país é medido pelo valor que é dado à classe trabalhadora”, afirmou Trindade, que também trouxe o exemplo da Suécia, país que reduziu a jornada de trabalho para 40 horas semanais e conquistou expressivo aumento na produção e redução nos acidentes de trabalho. Em contra partida, a Espanha, que optou por reduzir salários e aumentar a jornada semanal, sofre com altos índices de desemprego.

De quem é a culpa dos Processos Trabalhistas?

 

Grande argumento utilizado para realizar a Reforma Trabalhista é o grande volume de processos na Justiça do Trabalho. O projeto de terceirização, aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 22 de março e que agora segue para a sanção presidencial, teve como um dos objetivos a redução desses processos.

“A quantidade de saliva e tinta usadas para falar do problema é inversamente proporcional ao silêncio frente aos fundamentos destes processos”, provocou o juiz da justiça do trabalho, órgão que, segundo declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, “não precisava existir”.

Novamente, governo e mídia omitem, por interesses, que grande parte dos processos – cerca de 46% do total – são instalados pelo não pagamento de verbas rescisórias. “É quando o patrão te entrega o contracheque em branco e manda tu buscar os teus direitos na justiça”, ironizou Trindade. “Se os empresários não pagam os direitos trabalhistas, de quem é a culpa dos processos trabalhistas? Do trabalhador?”

 

Em dados, dentre os dez maiores devedores do país, seis são entidades do poder público, dois são empresas multinacionais e dois são empresas terceirizadas. No Estado do RS, dos seis maiores devedores, quatro são empresas terceirizadas. “Terceirizadas existem para não pagar os trabalhadores”, definiu Trindade.

A atual situação de um trabalhador terceirizado aponta que o salário é 25% menor do que o de um trabalhador de carteira assinada. Em relação aos acidentes de trabalho, a cada 10 ocorrências, oito são de trabalhadores terceirizados. Ainda pior é a situação de resgaste de trabalho escravo: 90% dos casos são de trabalhadores mediados por empresas terceirizadas.

 

“Que fique claro para todos que no dia 22 de março de 2017 os deputados decretaram que a lei áurea precisava ser modernizada”, concluiu o juiz.

fonte:http://sindimetalcanoas.org.br/novo/noticias/a/o-discurso-e-sedutor-afirma-juiz-do-trabalho-em-debate-publico-sobre-as-reformas-de-temer/