O vereador Leo Dahmer (PT) esteve, na quarta-feira(11) na Escola Jardim Planalto para prestigiar a exposição de artes que tem contribuído com debates escolares acerca de temas como racismo, machismo, tolerância, identidade, juventude e cultura. “Estamos acompanhando as reações da comunidade que a exposição está promovendo e fica evidente a imensa contribuição para o enfrentamento à ignorância pela cultura e da promoção e aprofundamento dos vínculos comunitários que a Exposição Nome Próprio tem promovido na escola”, comenta Leo. O vereador, que é professor de sociologia, destaca também a contribuição à visão dos professores sobre a comunidade que lecionam.
A Escola Estadual Jardim Planalto, de Esteio, tem promovido ações inovadoras na educação que se destacaram em toda a região. As ações da escola estão sendo lideradas pelo diretor Jan Torres e já no início do ano letivo, se consolidaram as reformas que mudaram o acesso da escola pelo portão localizado na Avenida João Paulo II, se adequando ao crescimento da cidade. A 27ª Coordenadoria Regional de Educação deu início ao ano letivo na Região na Escola Jardim Planalto, motivo de orgulho à comunidade esteiense. Recentemente a escola produziu painéis pintados em paredes com temas pertinentes a escola, evocando o patrono da educação brasileira Paulo Freire. Já no decorrer dos primeiros meses do ano letivo a arte passou a se integrar de forma mais efetiva com exposições de artes plásticas, que retratam algumas estudantes que compartilharam a vida junto aquela comunidade escolar.
A escola mantém a exposição de artes plásticas “Nome Próprio”, de autoria do professor de artes Alejandro Ruiz, que tem a curadoria de Aline Gonçalves de Esteio e produção de Dionéia Gaiardo. O conjunto de telas traz os retratos de Luciana, Aline, Zaíra, Letícia, Laioa, Danny, Lavígnia, Ana, Carol, Patrícia, Glória, Natty, Lidiane e Mônica. Em sua obra, Alejandro parte da estética do Muralismo Latinoamericano, em que os grandes retratos redimensionam o olhar, proporcionando aos expectadores uma perspectiva que tanto nas artes, quanto no cotidiano, parecem estar destinadas à invisibilidade. As telas pintadas em acrílico foram feitas ao longo da última década, com influências em algumas obras da paleta de cores de Maria Lígia Magliani. Todas as obras retratam pinturas que realçam a beleza da mulher negra.
A exposição disponibilizada aos estudantes da Escola jardim Planalto já rodou a América Latina. No dia 25 de julho de 2018, data comemorativa da mulher negra no o Uruguai, a exposição foi prestigiada por mais de 300 pessoas naquele país. Segundo Alejadro, a escolha em denominar a exposição com “Nome Próprio” nasceu para empoderar a juventude negra, tendo em vista os apelidos pejorativos utilizados com frequência no ambiente escolar. Nesse sentido, a exposição dá visibilidade à imagem e ao nome próprio de cada mulher retratada nas obras, reforçando o aspecto indentitário e empoderando os jovens diante dos desafios vividos nesta fase da vida. “Percebemos que após a exposição as meninas da escola passaram a usar mais os cabelos soltos, demonstrando uma mudança no comportamento das estudantes”, relata o diretor Jan Torres. A exposição já tem convites para outros países, tal como o Japão, que havia sido adiado em virtude da pandemia.