Entre as atividades que participamos na terça-feira, dia 23, em Porto Alegre, está a manifestação da filósofa Márcia Tiburi, que ocorreu por volta das 15 horas, na Esquina Democrática. Acompanhamos a exposição de ideias das leituras da professora sobre o significado do momento histórico vivido nos dias do julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva, que acontece em Porto Alegre. Márcia falou que embora possa soar como metafísico, todos somos sujeitos históricos e a história nos convoca. “O que está acontecendo em Porto Alegre, neste dia 23, possui uma urgência histórica. Por isso é importante todos estarmos nos movimentos fisicamente. Quem puder estar presente somente de coração que assim seja, desde que esteja com a mente ligada sobre tudo que está se passando no Brasil”, disse Márcia. “É muito grave o que está acontecendo nesse momento em termos de Estado, governabilidade, democracia, poder Judiciário que torna tudo isso muito sério. O julgamento de Lula já é em si mesmo uma inequidade. Para que pudéssemos dizer que estamos vivendo em uma democracia seria necessário anular esse ato ignominioso, pérfido, perverso e injusto impetrado por aqueles que se dizem agentes da justiça”, reforçou Tiburi. Quem se dispôs a estar presente teve a oportunidade de manifestar seu desejo pela democracia. Algo que não faz parte das intenções e ações destas pessoas que são donas do poder e que transformam hoje em dia o poder em violência. “É contra essa violência do poder, esse abuso e essa insanidade do Poder Judiciário que estamos em Porto Alegre”, explicou. O golpe que iniciou em 2016, com o impeachment de Dilma, continua agora sobre a pessoa de Luiz Inácio Lula da Silva. “Gostemos dele ou não, seria justo que esse julgamento fosse anulado. O que importa é pensarmos em justiça e não simplesmente em nossos caprichos, gostos, afetos e seria fantástico se fosse possível transformar esse ódio em amor. Caso isso não seja possível, pelo menos a justiça e talvez esse Judiciário se mostre impotente para isso. A história vai nos mostrar isso com a votação. Sou pessimista com os resultados e espero estar enganada”, concluiu.