Mulheres demonstram força política e disposição em lutar por justiça

O vereador Leo Dahmer, do PT de Esteio, participou do ato de mulheres em defesa de Lula (http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/01/em-porto-alegre-ato-mulheres-defesa-lula-faz-historia) . Milhares de mulheres de todo o continente lotaram a Praça da Matriz, em Porto Alegre, na manhã de terça-feira, dia 23. O vereador Leo Dahmer, presidente do PT de Esteio, esteve presente acompanhando as mulheres petistas da cidade, em apoio aos movimentos pela democracia.  A Praça da Matriz foi lembrada como o cenário da Campanha da Legalidade comandada por Leonel Brizola em 1961, quando o povo gaúcho mostrou garra e disposição para a luta em defesa da democracia e da posse de Jango. Desta vez a luta é pelo direito de Luiz Inácio Lula da Silva ser candidato à presidência da República, em 2018.

Milhares de mulheres ativistas que defendem o “respeito às leis e um julgamento isento” de pretensões políticas. (http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/01/unica-decisao-tecnica-e-juridica-possivel-e-absolvicao-de-lula-diz-advogada) foram responsáveis pela realização do evento.

O ato foi histórico e emblemático por representar o estado de exceção e o peso do preconceito e boicote machista ao protaginismo da mulher no cenário político.

A atividade estava prevista para ocorrer no Auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O local podia abrigar mil pessoas. No entanto, a Assembleia Legislativa teve uma interrupção na energia elétrica. Tudo indicava o cancelamento do evento, no entanto Dilma estava lá com milhares de mulheres transbordando a dignidade de quem luta por justiça e decidiram realizar o ato na Praça da Matriz. Rapidamente foi providenciado um carro de som e a praça lotou um público para cinco auditórios. “Se alguém teve a intenção de ofertar mais alguma dificuldade àqueles que lutam pela democracia, mais uma vez o tiro saiu pela culatra”, comentou Leo naquele momento. Em um instante um burburim se instalou em meio a multidão disposta a assistir a atividade por telões no lado de fora do auditório, que o evento devia ter sido concebido deste o início em local mais amplo, livre de intervenções e boicotes. “Assim como eu, existem muitos que transcendem o grupo de mulheres feministas, mas querem demonstrar apoio político e disposição a lutar pelas suas causas, que em última instâncias são nossas causas”, contextualiza Leo, que representava não só os petistas, eleitores diretos e personalidades que participam da orientação do nosso mandato, mas também das mulheres que sofrem com as políticas misóginas, machistas e racistas implementadas pelo grupo político de Temer, Sartori e Pascoal. “Por isso somos alvo de algumas críticas, todas movidas por apoiadores destes políticos que criticamos pelo ataque às mulheres, aos trabalhadores, às etnias e as classes sociais menos favorecidas economicamente”, explica Leo.

Em reunião política do mandato, ao final das atividades, Leo Dahmer percebeu movimentos organizados nas redes sociais. “As redes sociais, principalmente no Facebook, predominou a intervenção do grupo “Vem Pra Rua” e simpatizantes que não foram para a rua e ficaram em casa em frente ao computador. Não respondemos as mensagens ainda e não excluímos os comentários, pois confiamos no discernimento das pessoas”, orientou Leo.

Segue um relato da Rede Brasil Atual muito fiel ao ato:

“O caminhão de som parado em frente à Assembleia recebeu parlamentares como as deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Benedita da Silva (PT-RJ), a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e as senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR, presidenta nacional do partido), entre outros parlamentares. Movimento estudantil e coletivos da juventude tiveram forte presença.

“O povo se encontra nas ruas em apoio à Lula a ter o direito de ser candidato. Condená-lo significará condenar também o país e os trabalhadores. Tivemos no governo Lula uma mudança no país, com mais inclusão. Agora, com os investimentos congelados e as reformas infames, o povo está junto em defesa da democracia”, afirmou Benedita da Silva.

“Sem crime, cassaram a primeira mulher a vestir a faixa presidencial. Agora querem cassar o retirante nordestino que não fala inglês e nem francês, mas fala a língua do povo”, exclamou Alice Portugal.

Pré-candidata à Presidência da República, Manuela enfatizou que não cabe ao Judiciário fazer juízo político. “O que estamos vendo é o desdobramento do golpe. O único juízo político é o das urnas e é esse que queremos ver Lula sendo submetido.” Olhando a multidão que ocupava a Praça da Matriz, ela lembrou versos do poeta Thiago de Mello:

Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.

Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um novo dia.

Interesses escusos

 

A manifestação, realizada na véspera do julgamento do recurso de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), foi encerrada com discurso da ex-presidenta Dilma Rousseff, que classificou o golpe em curso como um ato que humilhou o país.

“Colocaram o Brasil de joelhos, submetido não aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos países do norte”, disse. Para ela, o golpe teve como objetivo destruir o PT e o Lula, mas “deu errado”. E citou pesquisas eleitorais que colocam o ex-presidente como favorito nas eleições de outubro.

“O golpe fracassou politicamente, nenhuma liderança ‘deles’ resiste ao escrutínio popular. O único que restou, o Alckmin, não tem apoio. E a ‘invenção’, como o Doria, foi transformada na sua real proporção, ou seja, do ponto de vista político, a nada.”

Dilma lembrou o papel histórico que a Praça da Matriz já teve no destino do Brasil durante a Campanha da Legalidade, situação que volta a acontecer 57 anos depois. “Estamos numa resistência democrática. Antes era a ditadura militar nesta praça, agora é a resistência ao golpe parlamentar.”

Como tem feito em outros eventos públicos, a ex-presidenta voltou a enfatizar que seu impeachment foi o primeiro ato do golpe; seguido pelo segundo ato, expresso nas reformas e leis aprovadas no governo Temer, e que “jamais” teriam apoio popular; até chegar ao terceiro ato, a proibição de Lula ser candidato à Presidência.

Dilma afirmou que o julgamento de Lula tem “absurdos” reconhecidos por juízes nacionais e internacionais e que, na verdade, é um processo de perseguição política. “Com o apoio de vocês, Lula terá condições de lavar e enxugar a alma deste país.””

(http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/01/em-porto-alegre-ato-mulheres-defesa-lula-faz-historia).

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